8. na brusca mudança de estações
Lá em baixo um cigarro brilha o lume e a fome, quando uma cortina se agita neste princípio do Verão, a almofada ainda quente das palavras nascidas da rouquidão de um gesto lasso. É na intimidade que se morre, antes que o álcool se extinga e não restem mais cigarros sem sabor, só aqueles a que o fim da noite obriga na brusca mudança de estações.
9. entre contentores de lixo
Às vezes, quando estou a tentar dormir, ouço uns rumores imperceptíveis misturadas com a noite de todos os gemidos. Há muita gente que anda assim, gente que circula entre contentores do lixo, à espera da reciclagem das almas, num exercício pragmático da fome.
Lá em baixo um cigarro brilha o lume e a fome, quando uma cortina se agita neste princípio do Verão, a almofada ainda quente das palavras nascidas da rouquidão de um gesto lasso. É na intimidade que se morre, antes que o álcool se extinga e não restem mais cigarros sem sabor, só aqueles a que o fim da noite obriga na brusca mudança de estações.
9. entre contentores de lixo
Às vezes, quando estou a tentar dormir, ouço uns rumores imperceptíveis misturadas com a noite de todos os gemidos. Há muita gente que anda assim, gente que circula entre contentores do lixo, à espera da reciclagem das almas, num exercício pragmático da fome.